Pensar o Patrimônio Cultural para além do “centro histórico”.

Lugar importante para a cidade, pouco se tem dito sobre o Patrimônio Cultural da  Zona Norte de Natal. Uma região com uma rica diversidade cultural, necessitando, então, ter um olhar, um cuidar, através de políticas públicas voltadas para a preservação das manifestações culturais e seus marcos históricos.

A Redinha, praia da cidade no lado norte, tem neste acervo cultural duas manifestações do mundo imaterial bem enraizadas e simbólicas daquela localidade, me refiro ao bloco carnavalesco Os Cão e a iguaria Ginga com Tapioca, tradições genuinamente da Redinha.

Aproveitando o balanço de suas ondas, caro leitor, destacamos ainda o mercado, a capelinha dos pescadores, a igreja de pedras, o clube da Redinha, o cemitério dos ingleses e a festa do caju, como monumentos culturais fundamentais na preservação da memória da urbanização desta praia. Entender a Redinha e seus moradores e veranistas, é compreender seus lugares de memória.  Ao passar pelo rio Potengi, atravessando a antiga ponte velha, nos deparamos com uma estrutura de ferro, ainda sobrevivente das intempéries do tempo e da ação humana.

Construída em 1916 tem a marca de um momento de desenvolvimento da capital, simbolizou a ligação do centro político e econômico do estado com as regiões distantes, possibilitando um meio rápido de transporte de passageiros e mercadorias. Hoje significa muito para a memória, não apenas, da estrada de ferro, pois "a parte sobrevivente" transforma-se no tempo presente num lugar de memória da urbe, em que as gerações atuais e futuras poderão conhecer melhor o processo de expansão da capital potiguar. Pensar o Patrimônio Cultural para além do “centro histórico”, é urgente!

Foto: Desmonte da antiga Ponte de Igapó - acervo A República

Foto: Desmonte da antiga Ponte de Igapó - acervo A República